Blocos Afros e Afoxés pedem socorro!
- Equipe Afro Mania
- 7 de fev. de 2017
- 3 min de leitura
Em virtude das dificuldades financeiras de alguns blocos afros e afoxés para sair no carnaval 2017 por conta da falta recursos próprios e de patrocínio, aconteceu na manhã desta terça(7) na sede do bloco Filhos do Korin Efan, no Pelourinho, uma reunião para elaboração de uma carta pedindo socorro ao Prefeito ACM Neto, participaram da reunião presidentes, coordenadores e diretores de diversos blocos que são considerados de menor porte em comparação aos conhecidos Muzenza, Ilê Aiyê e Malê Debalê que nas últimas semanas informaram também dificuldades para desfilar no carnaval.

Segundo a presidente do Bloco Afro Ókánbí Zézé Barbosa ao todo são mais de 40 blocos que estão pedindo ajuda ao Prefeito ACM Neto, que esta semana já anunciou apoiar alguns blocos afros que segundo informações já recebem recursos do Carnaval Ouro Negro, além do patrocínio da Caixa Econômica Federal, mediante as informações e visando que todos os afros, afoxés, blocos de samba, e de reggae possam ser contemplados, as entidades entregam nesta terça, uma carta ao gabinete do prefeito e esperam um retorno positivo do gestor municipal.

Confira na íntegra, as informações pós reunião :
Enfrentando sérias dificuldades financeiras e um alto grau de endividamento, blocos afros, de afoxés, de reggae e de samba, de pequeno e médio porte vão entregar hoje no gabinete do Prefeito ACM Neto uma carta reivindicando da Prefeitura de Salvador, apoio para complementação dos recursos que irão receber do Programa Carnaval Ouro Negro, desenvolvido pelo Governo do Estado. Responsáveis pelo sucesso do carnaval cultural que tanto vem projetando Salvador, A CIDADE DA MUSICA, alguns desses blocos sequer foram contemplados pelo Ouro Negro e ficarão de fora do carnaval, caso não sejam socorridos pela Prefeitura que através da Secretaria Municipal da Reparação –SEMUR já anunciou que vai apoiar apenas os afoxés. Recentemente o Prefeito ACM Neto anunciou que irá apoiar apenas as entidades que não conseguiram patrocínio privado ou de qualquer outra esfera do governo, mas afirmou também que vai apoiar “entidades tradicionais” como o ILÊ AIYÊ, MUZENZA E MALÊ DEBALÊ, descartando os outros blocos afros. O Muzenza e o Malê Debalê no entanto estão contemplados no Carnaval Ouro Negro com 100 mil reais, enquanto que a média das entidades do coletivo é de 35 mil reais para cobrir todos os custos do desfile 2017 e quitar dividas acumuladas ao longo dos anos, o que inviabiliza o desfile.
Embora muitos contem com os recursos do Programa Carnaval Ouro Negro, os blocos são unânimes em afirmar que os recursos que irão receber são insuficientes. A questão, segundo afirma o coletivo de blocos, é que o Programa carnaval Ouro Negro não atualiza o patrocínio e vem praticando os mesmos valores da época em que surgiu em 2004, e em muitos dos casos vem reduzindo os recursos por conta de critérios cada vez mais rígidos. Uma outra questão que leva o coletivo a reivindicar recursos na Prefeitura de Salvador é que, com a crise que castiga o País no momento, muitos blocos de grande porte vão estar fora da cena do carnaval em Salvador, aumentando para as entidades de matriz africana de pequeno e médio porte a responsabilidade de responder pelo sucesso do carnaval 2017. Por este e outros problemas o coletivo vem se reunindo e redigiu uma carta reivindicatória para ser entregue ao Prefeito ACM Neto no sentido de sensibilizá-lo para a gravidade da situação que enfrentamos. Os blocos reivindicam ainda igualdade de tratamento usando como exemplo as entidades tradicionais que o Prefeito já divulgou que irá apoiar. Pelo menos duas delas estão no Ouro Negro e receberão apoio da Caixa Econômica Federal, embora o Prefeito já tenha declarado que só irá apoiar afoxés e entidades que não tenham conseguido nenhum tipo de recurso.
Maria José Barbosa
(Zezé Barbosa)
Jornalista DRT BA-1395
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